Desde que os artistas entenderam a importância do diálogo obra de arte/observador que os movimentos artísticos sucedem-se na história tentando alcançar um clímax, o qual denomino de “obra completa”, ou seja, quando o observador para em frente à obra e sente, frui, interage e é nesse momento que a obra se completa. Essa idéia permeou vários movimentos da história da arte e é intrínseca da arte contemporânea. A obra completa quase acontece com Kazimir Malevich e seu suprematismo, com Joseph Beyus e suas esculturas e performances, com Marcel Duchamp com seus ready mades. Hoje é buscada incessantemente nas happness, na arte conceitual, nas instalações e em quase todas as manifestações contemporâneas. Sem parafernálias tecnológicas, usando a linguagem gráfica, mais especificamente o cartum, Rafael Sica chega lá. Com tiras de humor mudo e instigante, o artista consegue passar uma mensagem explícita e ao mesmo tempo dúbia, ocasionando um leque de interpretações a quem as observa, fato comprovado pela simples leitura dos comentários deixados em seu blog. Interpretações que na maioria diferem da intenção original do autor, mas nem por isso deixam de fazer nexo à obra. Sendo assim, o desenhista Sica consegue o que há muito vem se tentando, o acabamento da obra através do pensamento do observador. Rafael Sica atingiu o ideal de "obra completa".
Eduardo Simch Não deixa de conferir: http://rafaelsica.zip.net/
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